O jogador Adriano fez um acordo, na audiência realizada na tarde desta terça-feira (11), com a jovem Adriene Cyrilo Pinto, que teve a mão ferida por um tiro disparado dentro do carro do atleta, em dezembro do ano passado.
Pelo acordo, Adriano se comprometeu a pagar, em 48 horas, R$ 110 mil - dos quais R$ 50 mil serão destinados a quitar a dívida com o hospital Barra D'Or, responsável pelo atendimento médico-hospitalar de Adriene. Os outros R$ 60 mil vão para a vítima como forma de reparação: danos morais e físicos.
A arma pertencia ao outro réu no processo, o PM reformado Júlio Cesar de Oliveira, segurança de Adriano, que também estava no veículo quando aconteceu o incidente. Como o acordo abrange o caso todo, Júlio Cesar também foi beneficiado e o processo criminal foi extinto. Os dois respondiam por lesão corporal leve.
A Justiça aceitou ainda o pedido, feito pela da defesa de Júlio, de devolução da pistola Taurus 40, apreendida após o episódio.
Dívida reduzida
Para viabilizar o acordo, a Rede D'Or aceitou reduzir o valor da dívida que já estava no total de cerca R$ 110 mil. "Receber pouco é melhor do que não receber nada. Dentro do que se apresentou, o hospital se deu por satisfeito", disse o advogado da Rede D'Or, Fernando Charnaux.
Uma vez pago o valor acordado em juízo, a Rede D'Or deve encerrar a ação contra Adriene, em que cobrava o pagamento da dívida.
Em audiência no dia 6 de novembro,
Adriano havia se recusado a fazer o acordo e, por isso, ele e Júlio Cesar foram denunciados pelo MP-RJ, dando prosseguimento ao caso. No entanto, na audiência de instrução e julgamento do processo, nesta terça, o jogador mudou sua posição.
"Adriano foi orientado pelos advogados a fazer o acordo, o que seria para ele mais confortável. Assim, evita o desgaste de um processo", explicou o juiz Joaquim Domingos de Almeida, após a audiência no 9º Juizado Especial Criminal (Jecrim), no Fórum da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
O juiz acrescentou ainda que o jogador manteve sua versão de que não teve culpa no incidente. O atleta chegou ao Fórum da Barra por volta das 15h, dirigindo sua BMW branca. Ele estava acompanhado dos advogados Ari Litman Bergher e Fatima Cristina Gomes.
Mudança no depoimento
Ouvida no dia 19 de setembro, Adriene contou ao MP-RJ que Adriano estava no banco traseiro e manuseou a arma que era de propriedade do ex-policial.
Entenda o caso
O incidente aconteceu, na madrugada de 24 de dezembro de 2011, na Avenida das Américas, após Adriano e Júlio Cesar deixarem uma boate na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, com quatro mulheres convidadas a irem à casa do jogador.
Um tiro disparado dentro do carro do jogador, uma BMW, feriu um dedo da mão de Adriene. Ela foi socorrida e teve de passar por cirurgia. De acordo com a denúncia do MP-RJ, Júlio Cesar carregava a arma registrada no nome dele, uma pistola Taurus calibre 40, o que seria de conhecimento de Adriano.
Ainda segundo a denúncia, os acusados deixaram de observar o dever mínimo de cautela e criaram o risco da ocorrência de lesão corporal no momento em que Júlio Cesar se omitiu do dever de cuidar da arma. “Inerte diante das ‘brincadeiras’ feitas pelo denunciado Adriano com a arma de fogo, o primeiro denunciado Julio permaneceu negligenciando o risco de lesão que tal comportamento poderia causar”, descreve o texto da denúncia.
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