Sondas gêmeas Ebb e Flow permitiram conhecer melhor a estrutura
lunar.
Vídeo foi registrado em 14 de dezembro, antes da queda de
ambas na Lua.
A agência espacial americana (Nasa) divulgou imagens dos instantes finais de operação das sondas gêmeas Ebb e Flow na órbita da Lua, antes que elas caíssem no solo lunar, no dia 17 de dezembro.
O vídeo tem quase dois minutos e foi registrado três dias antes da queda, em 14 de dezembro, com câmeras da Ebb. As imagens foram uma checagem do equipamento antes do impacto final, afirma a Nasa.
Por um ano, as sondas fizeram imagens que permitiram conhecer melhor a estrutura interna do satélite. Elas concluíram sua missão e caíram próximo ao polo norte lunar.
"A missão foi um sucesso, mas este é um momento um pouco triste para mim", disse na última semana David Lehman, o gerente do programa Grail, em entrevista coletiva dada em Pasadena, Califórnia.
Após anos de preparação, um foguete Delta II partiu em setembro de 2011 propulsando rumo à Lua dois satélites: o Grail A - que estudantes americanos batizaram como Ebb - e o Grail B, batizado como Flow.
Essas sondas, que voavam lado a lado, empregaram um sistema de campo gravitacional de alta qualidade para determinar a estrutura interior da Lua. No domingo foi completada a última órbita dos robôs gêmeos, cujo combustível estava acabando, e o controle da missão deu comando para que todos os instrumentos científicos fossem desligados.
A partir de medições de sondas da missão Grail foi possível concluir que os asteroides e cometas que colidiram com a Lua não apenas tornaram sua superfície esburacada, mas também provocaram profundas fraturas na crosta do satélite terrestre. Esses resultados surpreenderam os cientistas envolvidos na missão.
A descoberta pode ajudar a decifrar um enigma sobre Marte. No planeta vizinho da Terra, fraturas similares podem ter proporcionado um caminho para que a água da superfície penetrasse profundamente no solo, onde ela pode estar até hoje, afirmaram os cientistas.
"Marte pode ter tido um antigo oceano e todos nós nos perguntamos para onde ele foi. Bem, esse oceano pode muito bem estar no subterrâneo", afirmou a cientista Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
"Sabia-se que os planetas rochosos do Sistema Solar tinham sofrido muitos impactos há vários bilhões de anos, mas ninguém pensava que a superfície lunar tivesse sido tão maciçamente bombardeada", destacou Maria Zuber, encarregada científica da missão.
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