Quase 3 toneladas de maconha achadas em casa foram levadas para perícia. Equivalente a dois caminhões em produtos piratas foram apreendidos.
A operação da Polícia Civil iniciada pela manhã na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, terminou na tarde desta terça-feira (19). No total, 11 pessoas foram presas. De acordo com o subchefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, as quase três toneladas de maconha apreendidas foram levadas para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) dentro de um micro-ônibus.
O comércio e o trânsito funcionaram normalmente durante a operação na comunidade.
As primeiras informações davam conta de que a operação visava cumprir 30 mandados de prisão. De acordo com Veloso, foram expedidos 22 mandados de prisão. Desses, quatro foram cumpridos. As outras prisões foram em flagrante. Entre os mandados de prisão havia um contra o traficante Nem, que seria o chefe do tráfico no local.
De acordo com a chefe de polícia Martha Rocha, no período da manhã foram encontradosquase 3 toneladas de maconha, 42 veículos, duas centrais clandestinas de TV a cabo, uma fábrica de CDs e DVDs piratas, produtos piratas apreendidos em um camelódromo, como roupas e tênis, além de eletrodomésticos. Pássaros silvestres também foram apreendidos.
Segundo Fernando Veloso, foi preciso mais de 50 policiais para retirar toda a droga encontrada no que seria o maior depósito já encontrado pela polícia na comunidade. As investigações, de acordo com o delegado Rafael Willis, da Polinter, tiveram início há seis meses. Foram apreendidos também o equivalente a dois caminhões cheios de produtos piratas, entre eles, roupas e tênis.
Presos Segundo o delegado, um dos presos foi encontrado no Rio Comprido, na Zona Norte, um outro foi preso quando se preparava para jogar uma granada na direção de policiais, além de um taxista. "Ele tem livre trânsito fora da comunidade, então é uma pessoa que passa despercebida. Quando o traficante precisava ir para alguma favela da mesma facção, eles utilizavam esse taxista e também quando precisavam levar armamento", explicou Willis.
O delegado reitera que o objetivo da polícia é enfraquecer e acabar com o tráfico na região. Além dos traficantes, a polícia faz buscas por parentes, pessoas de confiança dos traficantes e também investiga empresas legalizadas usadas para lavagem de dinheiro do tráfico.
"Nessa investigação a gente procurou pegar as pessoas ligadas ao tráfico de entorpecentes e de que forma elas atuavam para ajudar ao tráfico a se manter na comunidade. A gente descobriu que havia empresa em nome dessas pessoas, que não tinham patrimônio compatível com aquela atividade", disse Willis.
"A operação visa inibir todas as irregularidades constantes na comunidade. Antes de fazer uma operação desse porte procuramos pontuar os objetivos a serem cumpridos para que a população não seja atingida. A tendência é que tenham mais operações aqui, já que já temos alguns pontos mapeados e mandados de prisão pendentes", completou o delegado Marcos Cipriano, da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), que também participa da ação.
Foragidos de comunidade pacificada A Polícia Civil também encontrou a casa onde se esconderia o chefe do tráfico do Morro de São Carlos, no Estácio, no Centro da cidade. Mas a casa, que seria do homem conhecido como Coelho, estava vazia. O Morro de São Carlos foi pacificado em fevereiro deste ano.
Segundo Cipriani, entre os presos da ação está um homem também do São Carlos, que era procurado por furto e confessou ter se refugiado na Rocinha por causa da UPP na favela do Centro.
Nem e 'laranja' A operação seria para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra traficantes e parentes do chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Também era procurado o presidente da associação de moradores da localidade Barcelos, suspeito de atuar como "laranja" da quadrilha. Nenhum dos dois foi encontrado.
Considerado um dos maiores vilões do governo fluminense no projeto de pacificação da Rocinha, Nem, de 34 anos, é apontado pela polícia como chefe do tráfico da favela, que possui cerca de 120 mil habitantes. Em outubro de 2010, o Disque-Denúncia já oferecia uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levassem à prisão do traficante.
Operação começou por volta das 6h Cerca de 200 policiais de diversas delegacias especializadas participaram da ação. O policiais entraram na comunidade por volta das 6h15 e houve muito barulho de fogos de artifício.
Helicópteros deram apoio aos policiais, que entraram na comunidade pela Estrada da Gávea e pela Autoestrada Lagoa-Barra.
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