O novo pronto-socorro do Hospital Governador João Alves Filho, fruto de um investimento de R$ 22 milhões, vai entrar em operação a partir do dia 19, e conta com 120 leitos divididos por quatro alas, seguindo o conceito de classificação de risco. Ontem, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, (PT), visitou todas as alas do novo pronto-socorro e propôs um amplo diálogo no próximo ano, com parlamentares da situação e oposição, além de técnicos da área, para discutir o tema que ele considera muito complexo.
O governador, que vai inaugurar o pronto-socorro no dia 16, disse que o desafio é melhorar o atendimento e falou também dos investimentos feitos. Ele citou, por exemplo, que um único equipamento custou R$ 100 mil “Se não houver aumento da oferta, não dá certo. Mas a questão maior é atender bem ao sergipano”, afirmou. “Estas novas instalações representam um investimento que busca ampliar e melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo HGJAF, oferecendo mais conforto e tecnologia no atendimento à população”, completou.
De acordo com Déda, “esse investimento é fundamental, pois significa um novo conceito de atendimento, com uma estrutura funcional e aparelhos atualizados tecnologicamente que melhoram o acompanhamento e o monitoramento do paciente, dando mais eficiência ao tratamento, além de poder reduzir o tempo de internação”.
O montante investido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) deve chegar a R$ 300 milhões, sendo que o Ministério da Saúde entrou com apenas R$ 80 milhões. A maioria dos recursos deve ir para o interior. “Para que essas mudanças ocorressem, era necessário primeiro, investir não só no HGJAF, mas na expansão de toda a rede hospitalar do interior. Queremos criar as condições para que as pessoas tenham atendimento”, ressaltou o governador.
Estrutura
Para montar o pronto-socorro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) investiu R$ 2.512.498,26 na aquisição de uma série de equipamentos: respiradores, monitores cardíacos, desfribiliadores, carros de emergência, aparelhos de raio-X, além de macas, cadeiras de rodas e colchões.
As alas são divididas por cores. No setor de emergência estão as alas vermelha e amarela, para os casos de alta e média complexidade como politraumatismos, queimaduras, dentre outras ocorrências. O setor de urgência - alas verde e azul - é preparado para atender casos mais simples e é dotado de uma nova estrutura de acolhimento aos pacientes. A identificação visual das respectivas alas também é orientada pelo revestimento dos pilares e diversos outros elementos da estrutura física nas novas instalações.
“A nova organização do espaço hospitalar é fundamental para um bom atendimento. É preciso trabalhar em várias frentes para produzir um melhor resultado numa nova dinâmica de atenção aos pacientes”, ressaltou o governador. “Para enfrentarmos os problemas gerados pela grande demanda às unidades de saúde capital, precisamos gerenciar a parte que cabe ao Governo do Estado, mas também a parte que é responsabilidade de cada município”, disse. Sobre isso, a secretária estadual de Saúde, Mônica Sampaio, disse que na próxima quinta-feira tem uma reunião com o secretário municipal de saúde, Sílvio Santos, e gestores do Hospital Cirurgia para que esta unidade possa receber pacientes, sem que estes, necessariamente, tenham que passar pelo Hospital João Alves como ocorre atualmente.
“Se nós fizemos o investimento que é constatado inclusive na rede hospitalar do interior, como novos hospitais regionais e reforma e ampliação de outros, além da instalação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), tudo isso tem a finalidade de levar a saúde para perto dos moradores do interior e também oferecer mais resolutividade, acabando com o envio dos casos mais simples para a capital, onde devem estar apenas os casos mais graves”, completou o governador.
Correspondendo à metade do total da obra, a primeira etapa do PS inclui, além da nova estrutura, ampliação da Central de Material Especializado (CME), da Agência Transfusional (banco de sangue), do necrotério, além da área de lazer dos funcionários. Conforme o conceito de classificação de risco, o novo PS conta com as áreas de urgência e emergência dotadas de 120 leitos que são divididos em quatro alas.
A segunda etapa da obra, que já está em andamento, ampliará o número de leitos da ala
amarela, que ganhará mais 20, e aumentará de 17 para 77 o número de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Hospital João Alves Filho recebe cerca de 15 mil pacientes/mês, e tem em seu quadro funcional mais de dois mil servidores, dos quais 600 médicos. São oferecidas mais de 50 especialidades médicas, sendo referência em trauma e oncologia.
SES implanta caderneta de monitoramento
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) lançou na manhã de ontem, a caderneta do adolescente para os 32 primeiros municípios sergipanos que aderiram ao Programa Saúde nas Escolas (PSE). A ferramenta lançada pela SES é uma estratégia de vincular e monitorar jovens de 10 a 19 anos nos serviços básicos de saúde e faz parte de uma política do Ministério da Saúde para essa população.
Segundo Márcia Estela Lopes, gestora da Diretoria de Atenção Básica da SES, responsável pelas ações na área de Saúde da Criança e do Adolescente, a caderneta também tem a função de conscientizar os jovens sobre a necessidade de procurar com frequência as Unidades Básicas de Saúde (UBS). "O objetivo é consolidar as políticas de saúde voltadas para o adolescente, antes captado pelas equipes do Programa de Saúde da Família através do PSE".
Em forma de um pequeno livro de bolso, a caderneta é impressa em duas versões: uma para o gênero masculino e outra para o feminino. Nela constam os dados do adolescente, como nome, peso, altura, crescimento e desenvolvimento. Em todas elas há informações sobre nutrição, imunização, saúde bucal, cuidados com o corpo, orientações sobre prevenção às DSTs/Aids e sexualidade, entre outras.
"Com as informações pessoais de cada adolescente contidas na caderneta, vai ser possível que os profissionais de saúde acompanhem de perto a saúde de cada adolescente. Também poderá ser reforçado com os jovens temas tratados na cartilha, inclusive o uso de drogas", disse Márcia Estela.
O coordenador de Atenção Básica do município de Tomar do Geru, Márcio Soares da Fonseca, acredita que a caderneta será uma ferramenta eficiente para levar os jovens até as unidades básicas antes que fiquem doentes. "O trabalho de saúde que tínhamos voltado para eles eram palestras em escolas, e só chegavam até a gente quando ficavam doentes. Agora vamos acompanhar de perto como anda a saúde desta população", afirmou Fonseca.
Implantação
Para receber a caderneta do adolescente, é necessário que o município consolide, em parceria com Governo do Estado, o Programa Saúde nas Escolas. "No ano que vem já teremos 73 municípios executando o PSE, que representa um meio de captação desse público, já que a grande maioria dos jovens está na escola", explicou a técnica da SES.
Os municípios de Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro são exemplos de municípios que executam o PSE e recebem a caderneta do adolescente. "Esses municípios têm alto índice de infestação pelo vírus do HIV e drogadição entre adolescentes, por isso é importante que a Atenção Básica deles acompanhe de perto os jovens", justificou Márcia Estela.
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