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Muitas das pessoas sem sintomas podem desenvolvê-los no futuro, e não há como diferenciar esses casos das pessoas verdadeiramente assintomáticas, que nunca terão sinais da doença.
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Motoristas de aplicativo trocam passageiros por pets, entregas de mercados e refeições na pandemia
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'Perdia o controle': o que se sabe sobre Derek Chauvin, policial acusado de matar George Floyd
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O que defendem ativistas que pedem menos verbas para a polícia após morte de George Floyd
Atendendo pedido de manifestantes, prefeitos de cidades como Los Angeles e Nova York anunciaram que vão desviar verbas da polícia para projetos sociais; proposta não faria sentido no Brasil, diz especialista
O extraordinário motivo que acelerou a invenção dos telefones celulares
A primeira chamada foi feita em 1973 em Nova York pelo engenheiro Martin Cooper, conhecido como o pai do telefone celular.
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Quem é o procurador pró-agronegócio escolhido para chefiar Câmara de Meio Ambiente por Aras
Juliano Baiocchi defendeu projeto de regularização de terras condenado por procuradores da área de meio ambiente; escolhido por Aras também se apresenta no Facebook como produtor rural.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
PAULA FERNANDES FAZ SHOW INESQUECÍVEL EM PARIPIRANGA-BA
HOMEM É PRESO AO TENTAR MATAR DUAS PESSOAS USANDO UMA FOICE
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
RISCO MUSURAVEL
RAZÕES DE UMA TRAGÉDIA
BEIRA MAR É TRASFERIDO
FORAGIDO É PRESO EM SIMÃO DIAS
ESTUDANTE COM CÂNCER PASSA EM TRÊS FACULDADES
MINISTRO DO GOVERNO DO SUL DO SUDÃO É ASSASSINADO
GOVERNO ENQUADRA BASE PARA APROVAR MÍNIMO DE R$ 545 E PT AMEAÇA INFIÉIS
TRÊS CARROS-BOMBA MATAM AO MENOS 6 E FEREM 75 NO IRAQUE
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
ENTREGA DE ABAIXO-ASSINADO GERA TUMULTO NA PREFEITURA DE ARACAJU
Entrega de abaixo-assinado gera tumulto na Prefeitura de Aracaju
Na manhã dessa quarta-feira, 2, representantes do ‘Movimento não pago’, estiveram na Prefeitura Municipal de Aracaju para protocolar um abaixo-assinado contra o aumento da passagem de ônibus. Mas, o que deveria ser um ato pacífico foi transformado em um empurra-empurra. Guardas Municipais de mãos dadas colocavam os manifestantes para fora da prefeitura.
Os representantes do movimento questionavam o porquê da atitude da guarda, e a resposta era de que haviam recebido uma ordem e a estavam cumprindo. Depois de alguns minutos de tumulto, um dos soldados disse que a ordem seria dele. “Eu que ordenei”, repetia o guarda Jorge, assessor operacional e chefe do serviço da guarda na prefeitura no dia de hoje. Segundo Jorge, só um dos integrantes do movimento poderia entrar na prefeitura para protocolar o documento.
Porém, depois de minutos de confusão chegou o comandante da guarda – municipal major Edenisson que contornou a situação. A alegação dele é de que é proibida a entrada de manifestantes. Ou seja, se um grupo for reivindicar, não entra todo mundo. Só entra os representantes do movimento.
De acordo com o comandante, major Edenisson, os guardas apenas estavam cumprindo uma ordem sua de retirar as pessoas. “É uma norma, não podemos permitir que manifestações entrem na prefeitura e nos demais órgãos públicos. É uma questão de segurança”, explica o comandante.
Em seguida, alguns jovens puderam entrar na prefeitura acompanhados do comandante da guarda. O representante do “Movimento Não Pago”, Lucas Gama, enfim protocolou o baixo-assinado que continha mais de 2.800 assinaturas. “Esse conflito na entrega do abaixo-assinado demonstra de que lado o prefeito está , do lado dos empresários e contra os trabalhadores. Colocar a guarda - municipal para reprimir uma manifestação pacífica e legítima é um absurdo”, lamenta Lucas.
O objetivo da manifestação era solicitar ao prefeito que revertesse o aumento da passagem, que foi de R$ 2,10 para 2,25, que está em vigor desde domingo, 30 de janeiro. “A passagem aumentou acima da inflação e do salário mínimo que ainda nem entrou em vigor. Solicitamos que o poder público melhorar o transporte público na capital sergipana e reivindicamos a abertura do diálogo com a população.”, disse Lucas Gama.
Esteticista esfaqueada pelo ex-marido passa mal
É grave o estado da esteticista Áurea Alves Dantas, de 38 anos. Ela foi esfaqueada pelo ex-marido nesta terça-feira, 1º de fevereiro. Ele cravou uma faca nas costas da vítima.
O fato ocorreu na clínica de estética onde Áurea trabalha no bairro Salgado Filho, Zona-Sul da capital sergipana. Áurea foi submetida a intervenção cirúrgica, no entanto, até o momento, seu estado é considerado grave.
O agressor continua foragido.
Lixões estão com os dias contados
Lixões estão com os dias contados
Prefeituras têm até 2015 para acabar com vazadouros e implantar aterros sanitários para receber e tratar resíduos domésticos
Cada brasileiro produz, em média, 1,15 quilo de lixo por dia, segundo um estudo da Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) publicado em maio de 2010. Com base neste número, chega-se à conclusão de que os 191 milhões de brasileiros produzem, diariamente, nada menos que 219.650 toneladas de dejetos. Assim sendo, a grande pergunta é: para onde vai esta montanha de lixo? De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em agosto passado, mais da metade (50,8%) dos resíduos sólidos produzidos pelo país eram despejados em vazadouros a céu aberto –os populares “lixões”– em 2008. À diferença dos aterros sanitários, criados especificamente para este fim, os vazadouros não reúnem as condições necessárias para receber o lixo, e constituem uma grave ameaça à saúde das populações. De acordo com o IBGE, as regiões Sul e Sudeste foram as que obtiveram o melhor desempenho em 2008, com percentuais respectivos de 15,8% e 18,7%. São Paulo ocupava o topo do ranking por estados, com apenas 7,6% do lixo despejado em vazadouros. Para efeitos de comparação, 97,8% dos resíduos produzidos pelo Piauí em 2008 foram parar em lixões. No dia 2 de agosto de 2010, ou seja, pouco mais de duas semanas antes da divulgação da pesquisa do IBGE, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei, que tramitava no Congresso desde 1991, estipula um prazo de cinco anos, até 2015, para o fim dos lixões em todo o país. “Para São Paulo, trata-se de um objetivo viável. Estamos trabalhando, inclusive, para cumprir a determinação antes do prazo previsto. De acordo com nossas informações, somente três municípios do Estado despejavam seu lixo em vazadouros em 2009: Presidente Prudente, Peruíbe e Vargem Grande do Sul”, disse Aruntho Savastano Neto, gerente do setor de apoio a programas especiais da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Para Sueleidy Prado, da ONG Vale Verde, acabar com os lixões é fundamental. “Moscas, ratos e urubus convivem com milhares de pessoas que catam comida e materiais recicláveis para vender, criando um ambiente que favorece a transmissão de doenças. Os gases poluentes que emanam dos vazadouros causam problemas respiratórios como pneumonias e bronquites, que afetam principalmente as crianças. Isso sem falar da contaminação dos solos e, eventualmente, dos lençóis freáticos pelo chorume, um líquido preto altamente tóxico que escorre do lixo”, comentou, destacando que o clima seco que prevalece no Vale do Paraíba favorece a disseminação dos gases poluentes na atmosfera. “É importante definir uma meta. Trata-se de um prazo razoável. Os municípios atrasados têm agora cinco anos para fazer o que deveriam ter feito há 20”, enfatizou André Miragaia, secretário de Meio Ambiente de São José dos Campos, que não deverá ter problemas para se adequar à nova lei. De acordo com Miragaia, o município, de 627 mil habitantes, produz cerca de 600 toneladas de resíduos por dia. Mais de 99% deste total vai para o aterro sanitário da cidade, que fica no Torrão de Ouro (zona sul), às margens da Rodovia dos Tamoios. O aterro, que começou a operar em 1987, recebe atualmente 596 toneladas de lixo por dia, segundo a Urbam (Urbanizadora Municipal), responsável pela administração do local. As quatro toneladas restantes são despejadas em pequenos pontos de depósito de lixo clandestinos espalhados pela cidade. O aterro de São José é, de longe, o que recebe o maior volume de lixo no Vale.
Diferenças É importante ressaltar as diferenças entre os aterros. Os classificados como adequados pela Cetesb passaram por um processo de impermeabilização do solo antes de receber o lixo. O procedimento consiste na instalação de mantas de PVC para impedir o vazamento de chorume. Além disso, o lixo é aterrado diariamente e os nocivos são eliminados por um sistema de captação e queima do gás metano gerado pelos resíduos. A combustão transforma o metano em CO2, também poluente, porém em proporções muito menores. O metano é 23 vezes mais nocivo que o CO2. Os aterros particulares de Cachoeira Paulista e de Tremembé estão no topo do ranking da Cetesb para o Estado de São Paulo: ambos obtiveram nota 10 em 2009 –os resultados de 2010 devem sair em março deste ano. Com 8,8, o aterro municipal de São José foi um dos mais bem avaliados do Brasil entre os que recebem mais de 400 toneladas diárias de resíduos. De acordo com o levantamento da Cetesb, os aterros de Cruzeiro e Santa Branca são os piores da região –os dois obtiveram nota 6,5 em 2009 (de 6,1 para baixo, o local é considerado inadequado). Ambos são aterros controlados, uma classificação intermediária entre o lixão e o aterro adequado. O aterro controlado é normalmente definido pela criação de uma célula adequada para recepção do lixo novo ao lado do vazadouro, remediado com cobertura de argila e grama e captação de chorume e gás. Aparecida pode ganhar um aterro controlado. O principal lixão da cidade, que existia há 30 anos, foi interditado pela Cetesb em dezembro de 2009. Em 2008, recebera a nota de 3,7 –de longe a pior do Vale naquele ano. Hoje, quase todo o lixo está aterrado, mas o cheiro ainda é forte, e moscas e urubus marcam presença no local. É estudado um projeto para a recuperação da área, segundo a secretária de Meio Ambiente de Aparecida, Gisele Pereira. “Ainda não foi tomada uma decisão. Em outubro do ano passado, foram efetuadas obras periféricas de readequação da área do lixão, com abertura de acessos, drenagem e aterramento dos resíduos. Hoje, o lixo gerado pela cidade está sendo enviado para o aterro de Cachoeira Paulista. Uma das possibilidades é construir um aterro sanitário no local, mas seria necessário injetar R$ 5 milhões somente para que o empreendimento possa começar a funcionar. O lixo gerado pela cidade é pouco, não justifica um investimento desta magnitude”, explicou Carlos Minoro, engenheiro contratado pelo Santuário de Aparecida, admitindo que mesmo aterrada, a montanha de lixo continua tendo um impacto negativo sobre o meio ambiente. “O problema é que a prefeitura não colocou mantas para impedir o vazamento de chorume. Mas existe uma vontade política de resolver a situação, de assumir o passivo ambiental da cidade”, garantiu. O aterro de Taubaté é outro que foi interditado pela Cetesb em 2009. “O aterro até tinha licença, mas passou a ser mal operado e não podia continuar funcionando”, destacou Aruntho Savastano, da Cetesb. Hoje, a cidade paga para transportar seus resíduos até Tremembé. Também é o caso de Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, no Litoral Norte. Caraguatatuba envia seu lixo ao aterro de Santa Isabel. Totalmente saturados, os aterros das quatro cidades praianas foram fechados entre 2004 e 2008. Em 2007, a quantidade de lixo produzida diariamente pelos quatro municípios chegava a 225 toneladas. Cabe ressaltar que a população do Litoral Norte e, consequentemente, o volume de lixo gerada por ela, triplicam na alta temporada.
Saturação Mesmo que sejam adequados, todos os aterros sanitários têm o mesmo problema: estão fadados à saturação. Assim sendo, a grande questão é a seguinte: o que acontecerá quando não haverá mais espaço para construir novos aterros? Os que pensam que se trata de uma realidade muito distante estão enganados. “Já se pode constatar esta saturação do espaço na região metropolitana de São Paulo”, afirmou Aruntho Savastano. O aterro de São José recebeu recentemente uma licença para operar por mais 12 anos e não existe na cidade outra área viável para a recepção de um novo aterro. Ou seja, se nada for feito, o município terá de levar seu lixo para outro lugar em um futuro próximo. “Já fizemos as contas. O transporte do nosso lixo até o aterro de Tremembé custará à cidade entre R$ 70 mil e R$ 80 mil por dia”, alertou Miragaia. “Doze anos de vida útil é pouco. Queremos que o aterro de São José possa funcionar por mais 50 anos. Mas para que isso seja possível, precisamos reduzir o volume do lixo”, acrescentou, insistindo na importância da separação dos resíduos. Vale lembrar que menos de 17% dos 5.565 municípios do Brasil contam com serviço de coleta seletiva. “Em São José, a coleta seletiva atinge 90% da população. É uma das mais eficientes do país”, afirmou o secretário de Meio Ambiente. A solução mais usada no mundo para reduzir o volume de lixo é o tratamento térmico dos resíduos, uma técnica que ainda permite gerar energia. O tratamento é feito em uma usina de recuperação de energia, que funciona como uma termelétrica. “No entanto, ambas têm objetivos distintos: o da termelétrica é gerar energia, enquanto a meta principal da usina de recuperação é diminuir o volume de lixo”, ressaltou André Miragaia, revelando que várias empresas já apresentaram projetos à Prefeitura de São José. O único problema do tratamento térmico –além do custo– é que a queima do lixo libera efluentes nocivos na atmosfera. “A incineração de determinados plásticos, como o PVC, libera dioxina e furano, dois gases altamente cancerígenos”, lembrou o secretário. “É por isso que a separação do lixo é fundamental. É a chave do sucesso. A separação mecânica, por cálculo da densidade dos materiais, deverá ser feita pela usina de tratamento. Esta será uma das exigências que a prefeitura imporá à empresa que quiser trabalhar aqui”, explicou.
Compostagem Outra técnica utilizada é a compostagem, caracterizada pela obtenção de matéria orgânica, benéfica para o solo, através da decomposição controlada dos resíduos. O metano liberado pelo lixo em decomposição também pode ser recuperado para gerar energia. “No aterro de São José, o metano é captado e queimado. A próxima etapa é canalizar e armazenar este metano, para gerar energia com a combustão”, disse Miragaia. Outros procedimentos para redução de lixo são testados. É o caso da gaseificação, que consiste em colocar os resíduos orgânicos em um reator pressurizado e eliminá-los por meio de injeção de oxigênio e vapor numa temperatura entre 1400ºC e 2000ºC. De acordo com Sueleidy Prado, da ONG Vale Verde, uma empresa europeia apresentou às autoridades do município uma proposta neste sentido. Na teoria, a gaseificação é menos poluente que o tratamento térmico. Entretanto, como lembrou Savastano, da Cetesb, esta tecnologia ainda está engatinhando. “A gaseificação é um processo que vem sendo usado de forma laboratorial. Ainda não foi utilizado no tratamento de lixo em grande escala. Ao contrário, a eficiência do tratamento térmico é comprovada mundialmente. Existem hoje 800 usinas de tratamento térmico de resíduos em todo o planeta, a grande maioria no hemisfério norte. Juntas, todas estas instalações tratam 300 mil toneladas de lixo por dia”, afirmou. “Na teoria a gaseificação é uma tecnologia maravilhosa, mas nunca vimos sua aplicação na prática. Estamos atrás de exemplos concretos”, enfatizou André Miragaia. A necessidade de reduzir o volume de lixo para dar mais sobrevida aos aterros já existentes é clara, e deve ser objeto de um consenso nacional. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outras determinações, responsabiliza as empresas pelo lixo produzido por elas, assenta as bases teóricas, mas resta saber se seus preceitos serão, de fato, aplicados. “Não podemos continuar jogando o lixo debaixo do tapete e repassando o problema para a geração seguinte. Não podemos ficar de braços cruzados esperando que todos os aterros fiquem saturados. Agora é hora de agir”, concluiu o secretário do Meio Ambiente de São José. •
Problemas antigos são desafios do novo governo
Seu cão a peso de ouro
Seu cão a peso de ouro
Mercado do luxo para pets é o setor que mais cresce no país; Brasil tem 2ª maior população de cachorros e gatos e ocupa 6º lugar no ranking de faturamento do planeta
Todas as sextas-feiras salão de beleza às 10h, nas terças-feiras massagem e acupuntura antiestresse, banho relaxante no ofurô uma vez por mês, sem contar as centenas de roupas e acessórios exclusivos que se renovam a cada quinzena no closet montado especialmente em um dos quartos da casa. Com todos esses cuidados pensa-se logo em uma mulher vaidosa, mas se trata da agenda de Lua e Sol, duas cadelinhas muito paparicadas. “Faço de tudo por elas, são minhas companheiras há sete anos e não vejo exagero nenhum em cuidar bem”, explica a dona das cachorrinhas, Célia Cristina da Silva, uma empresária de São José dos Campos. E a maratona de mimos custa caro: R$ 700 por mês. Assim como Célia, muitos outros brasileiros não se importam em gastar e ter mais de um animal de estimação. Por conta disso, o Brasil já aparece como o segundo país do mundo com maior população de cães e gatos, perdendo apenas para os EUA, e a sexta nação no ranking mundial de faturamento do setor. O mercado pet brasileiro movimentou R$ 9,6 bilhões em 2009. E a expectativa do segmento é fechar 2010 com um acréscimo de até 6% em relação ao ano anterior. “Dentro do setor de serviços, o mercado de higiene, estética animal e mercado do luxo são os que mais crescem. Eles compõem um segmento chamado Pet Care, com produtos veterinários, de higiene e limpeza, além de moda e estética. Trabalhamos com um número de 50 mil pet shops no Brasil, isso sem contar com a estimativa de que 80% dos pets nacionais estão na informalidade, o que aumentaria consideravelmente esse número”, disse Alfredo Roldan, gerente de comunicação e marketing da Anfalpet (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação). O número de animais de estimação cresce anualmente, de acordo com a população do país. Estima-se que hoje existam 33 milhões de cachorros e 17 milhões de gatos no Brasil. De olho nesse mercado visivelmente lucrativo e com grande possibilidades de ampliação, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) atende o segmento com projetos de profissionalização, gestão e modernização, visando proporcionar maior competitividade às micros e pequenas empresas do setor em todo o país. “Esse mercado está crescendo em ritmo acelerado e, como tem fácil aceitação, o empresário tem retorno mais rápido. Por esse motivo é que a cada ano cresce consideravelmente o número de pet shops no país. O pet shop hoje é um segmento do setor de serviço, o setor de maior representatividade para a economia do país. A cada dois empregos gerados, um vai para esse setor”, disse Karen Sitta, coordenadora nacional da carteira de serviços do Sebrae. Segundo pesquisa da Anfalpet, o mercado nacional de produtos voltados para animais de estimação gera um total de 220 mil empregos diretos no Brasil. No setor de indústrias existem atualmente 122 empresas de Pet Food, 280 empresas de Pet Care, 30 de medicamentos veterinários e duas especializadas em importação. Só em 2009, o país exportou US$ 250 milhões em alimentos para pets.
Novidades “Só quem tem entende.” Essa frase é usada por todos os amantes de pets para justificar tamanho mimo aos seus animais de estimação. Cachorros e gatos são tratados como filhos pela maioria dos donos. E para alimentar tanto amor e dedicação, o comércio brasileiro está cheio de opções cada vez mais inusitadas para esses clientes mais que especiais. Em São José dos Campos, uma novidade é Dog Bakery, primeira padaria de cães e gatos. A loja, um franquia dos EUA, chegou à cidade faz apenas três meses, mas já tem seus clientes fixos. “A procura de produtos diferenciados para cães e gatos é muito grande. Eu tinha vários clientes que me perguntavam de lugares onde poderiam encomendar bolos de aniversário para seus cães, daí surgiu a ideia de trazer a franquia. Hoje contamos com mais de 350 clientes fixos”, disse Regis Roberto da Rocha, dono da Boutique Canina e da Dog Bakery. Fora o luxo, a padaria especializada em produtos para cães oferece bolos, tortas, esfihas, quibes, donut’s, chocolates e biscoitos de vários sabores. Todos os produtos são desenvolvidos por zootecnistas que elaboram fórmulas sem adição de açúcar e conservantes, tudo para não prejudicar a saúde do animal. A diferença para um produto normal, feito para humanos, é que, além de ser desenvolvido por especialistas, segue uma linha com rigoroso balanço nutricional, que substitui de forma ideal o alimento humano oferecido para os animais de estimação em casa. “Ao contrário do que muita gente imagina a comida humana não faz bem para o animal. Um grande exemplo disso é o chocolate. O cacau não deve ser consumido por eles, que podem até se intoxicar, se consumir em grande quantidade”, explicou Rocha. O cacau, matéria-prima do chocolate, tem Theobrimina. Essa substância é facilmente metabolizada e eliminada pelo organismo humano, no entanto, o organismo animal não consegue processá-la facilmente. A toxicidade do chocolate para o cão é tanta que pode acarretar sérios problemas, como o comprometimento nervoso severo. O chocolate desenvolvido para pets é feito à base de Carovit, uma raiz africana que dá a sensação, cheiro e até mesmo o sabor do chocolate normal. Mas nem tudo é tão saboroso. O custo médio de uma festa de aniversário para dez cachorros, por exemplo, pode variar de R$ 500 a R$ 1.000, tendo no cardápio o bolo de um quilo, em formato de osso, e 40 salgados, entre tortas e quibes. Em breve, a padaria terá mais duas novidades para acrescentar no cardápio dos cães mais refinados da região: cerveja e refrigerante para cachorro, tudo de uma fábrica do Rio Grande do Sul que já está com entregas marcadas para o Estado de São Paulo.
Beleza Além das guloseimas, os pets ainda contam com uma farta opção na área da estética. Tatuagens, massagens relaxantes, unhas postiças, penteados e até banhos antiestresse em ofurôs são algumas das mordomias oferecidas aos fieis companheiros. A grommer (esteticista canina) Renata Araujo, trouxe a novidade das tatuagens para cachorros e gatos do Vale. O produto, uma tintura própria para cães, dá um visual diferente e dura até uma semana. “Já tem mais de 17 anos que trabalho nessa área de estética canina. Estou sempre me atualizando e criando novidades. Percebo que hoje o animal de estimação já faz parte da família. Da minha lista de clientes, 99% cuidam dos bichinhos como se fossem filhos, sem receio de pagar por um bom trabalho. O que vejo é que quanto mais o mercado oferece novidades, mais o cliente quer”, disse Renata, da Clínica Estética Beleza Canina, em São José. O mercado pet a cada semana traz uma novidade. Dezenas de novos produtos são lançados. E a procura é grande. A clínica Beleza Canina atende, em média, 40 clientes por dia. Fora os tradicionais banhos higiênicos, o produto mais procurado é a tosa especial com penteados e hidratações. “A cada mês criamos aqui um novo tipo de tosa. Para o Natal, o mais pedido é a tosa artística, que pode vir em formatos diferenciados, como árvores de Natal, bonecos de neve e muitos outros”, disse Renata. Outro produto que tem grande procura é o banho antiestresse de ofurô. “Depois de um banho de ofurô o cachorro chega a dormir 12 horas seguidas, devido à imersão em água quente acompanhada de sais e relaxantes à base de camomila. E como vaidade é o grande mercado do luxo no mundo dos animais de estimação, um produtor de TV resolveu investir em uma grande vitrine. O primeiro programa do Vale especializado em animais de estimação. Desde julho deste ano, Ricardo Palomares exibe diariamente o ‘Terra dos Bichos’, pela TV a cabo, e garante: o mercado voltado para pets só tende a crescer na região. “Desde que começamos temos recebidos vários e-mails de donos de cães e gatos querendo participar. Um dos nossos principais quadros é o ‘Educador Canino’, uma espécie de conselheiro para donos de cães que precisam disciplinar o animal. Chegamos a receber cerca de 30 e-mails por dia, com vários tipos de pedidos”, disse. Como idealizador do programa, Palomares explica que o mercado do luxo para animais de estimação é infinito e que a cada dia surgem novidades no setor. “Produzimos sempre um programa inédito a cada quinzena e reprisamos durante a semana. Sempre encontramos algo inusitado, diferente para mostrar.” •
Desaparecidos: um drama social
Desaparecidos: um drama social
A cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem em São José, deixando famílias desesperadas por notícias que possam levar ao paradeiro do ente querido
Na pequena casa de três cômodos no bairro Colonial, zona sul de São José dos Campos, quadros e imagens de Nossa Senhora Aparecida dividem o espaço nas paredes e prateleiras da estante com os retratos da família Rodrigues. No quarto, uma pintura de São João Batista e um crucifixo de madeira ficam aos pés da cama de casal, onde a estudante Shaiane da Silva Rodrigues dormiu pela última vez na companhia da mãe. Ao lado, um guarda-roupa que a jovem de 18 anos dividia com o irmão mais novo. Dentro de duas portas, seu vestido favorito, suas bijuterias, material escolar e um tênis novo que ganhou do pai. Faltavam apenas uma calça jeans, uma blusinha de alça vermelha e um tamanco verde –roupas que estavam com Shaiane quando saiu de casa na noite do dia 13 e agosto de 2010, uma sexta-feira, por volta das 20h, para ir à casa de uma amiga e desapareceu. “Eu sinto tanta saudade dela. Ficar em casa é uma tortura, queria saber se ela está bem, se está precisando de alguma coisa, se está sofrendo. Passa tanta coisa pela cabeça”, disse emocionado Ademir Rodrigues, 41 anos, pai de Shaiane, enquanto segurava uma foto da filha tirada durante a cerimônia de Crisma da jovem. O drama da família Rodrigues endossa uma triste realidade em São José dos Campos. A cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem na cidade, deixando parentes e amigos desesperados por notícias que possam levar ao paradeiro do ente querido. Entre 1º de janeiro e 3 de dezembro, a Polícia Civil registrou 226 casos de desaparecimento –33% deles envolvem adolescentes com idade entre 12 e 17 anos. A taxa de desaparecimento em São José supera a de cidades como Campinas e São José do Rio Preto, por exemplo. No maior município do Vale do Paraíba, o índice é de 36 pessoas para cada 100 mil habitantes. Em Campinas, a taxa é de 28 para cada 100 mil pessoas e, em São José do Rio Preto, o índice é de 8,8 desaparecidos. Janeiro foi o mês que mais contabilizou ocorrências em 2010 (32 boletins), seguido por setembro, com outros 27 registros, em São José. Do total de casos, 169 (75%) pessoas desaparecidas voltaram para seus lares ou foram encontradas e 13 (6%) seguem com o paradeiro desconhecido. A polícia ainda apura 44 (19%) queixas, uma vez que os agentes não conseguem contato com os familiares para avançar nas investigações e confirmar se a “vítima” foi encontrada ou não, já que alguns dados passados no boletim são inexistentes. O levantamento realizado pela Polícia Civil também revela que a maioria dos desaparecidos em São José é do sexo masculino, com 148 ocorrências envolvendo homens (28 na faixa etária de 12 a 18 anos), contra 78 casos de mulheres, sendo 41 com idade entre 12 e 18 anos. Juliana Puccini, delegada assistente da Seccional de São José, disse que jovens e adolescentes, principalmente as mulheres, representam a maior fatia dos casos por problemas de relacionamento com a família e amigos. “Somem mais homens, mas a faixa etária de adolescentes mulheres desaparecidas é maior que a dos homens. Geralmente está ligado a problemas com namorado, família, amigos e ao tráfico de drogas. Pelo menos é isso que a gente identifica. São pessoas menos favorecidas financeiramente, que vivem em uma família desestruturada, onde o jovem pode sofrer algum tipo de abuso, como violência doméstica e sexual. Se o problema não está dentro de casa, ele está na companhia daquela pessoa”, explicou a delegada. No caso de Shaiane, apesar da simplicidade da família, o relacionamento com pais e irmãos, segundo a mãe Maria Vicentina da Silva, 40 anos, era saudável, sempre pautado pelo diálogo. “É uma menina boa, obediente, não chegava fora do horário em casa, não tinha motivo para sumir”, disse Maria Vicentina. O comportamento começou a mudar depois que a jovem passou a conviver com uma amizade diferente. “A Shaiane começou a ‘matar’ aula e reprovou na escola. Se afastou de alguns amigos para andar só com essa garota. Acho que ela induziu minha filha a fazer alguma coisa, porque depois que a Shaiane sumiu, ela veio aqui uma vez dizendo que minha filha poderia estar em São Paulo, num hotel. Fomos até lá e não encontramos nada. Depois ela sumiu também, não atende mais o celular”, afirmou a mãe. A esperança que Ademir e Maria Vicentina têm em encontrar a filha é o que dá força à família para continuar procurando por Shaiane. Agarrados na fé, todos os dias eles rezam um terço pedindo proteção à jovem. O casal também passa horas divagando, principalmente antes de dormir, sobre o que de fato teria acontecido naquela noite de sexta-feira, quando ouviram a última frase dita pela filha antes dela cruzar o portão de casa: “já volto”. O retorno de Shaiane não ocorreu. Passados mais de quatro meses do desaparecimento, pai e mãe se revezam ao telefone tentando contato por meio do telefone celular da filha, que insiste em dar caixa-postal. Ao ser questionado sobre qual era a maior característica de Shaiane, Ademir responde: “Ela é uma pessoa muito alegre”, disse, corrigindo o tempo verbal. “Sinto que ela está viva, jamais um pai vai esquecer a filha”.
Casos Dos 226 casos registrados de desaparecimentos em 2010, 158 pessoas foram encontradas com vida, outras 5 estavam presas em penitenciárias e delegacias da região, 1 hospitalizada e 5 mortas, sendo um suicídio. O balanço indica que a maioria dosdesaparecidos consegue voltar para casa, uns com a ajuda da polícia ou da imprensa, outros através da busca incessante dos familiares, ou ainda quando o efeito da bebida acaba. Para parentes e amigos, tanto faz o motivo, o importante é o reencontro. “O trabalho de busca da família e da polícia só termina quando a pessoa é encontrada. Os pais sempre têm a esperança de encontrar o filho com vida, mas já ouvi depoimentos de mães desesperadas dizendo que se encontrassem o filho morto, saberia ao menos onde ele está e que não estaria sofrendo”, disse a delegada Juliana Puccini. Francisco Chagas*, 42 anos, passou quatro meses de agonia dentro da casa em que mora, num bairro da zona leste de São José. A filha, de 19 anos, desapareceu após uma discussão com os pais que queriam proibir o namoro dela com um rapaz. “Ela simplesmente se encantou por ele, só ouvia ele, não queria saber mais de ninguém”, disse Chagas. Foram 122 dias à espera de um telefonema ou de qualquer notícia que pudesse levar ao paradeiro da jovem. “Pensei que tinha acontecido alguma coisa ruim, que estava morta. Ela sempre foi uma menina obediente, nunca tinha passado uma noite longe da gente”, lembrou o pai. O drama de Francisco terminou no dia 1º de dezembro de 2010, quando Mariana* ligou pela primeira vez à família dizendo que estava voltando para casa. Ela havia fugido para Botucatu (SP) e, segundo contou ao pai, foi mantida em cárcere privado, proibida pelo então namorado de manter contato com qualquer pessoa que pudesse resgatá-la. Mariana conseguiu fugir depois de procurar uma igreja evangélica da cidade e contar sua história ao pastor. “Ela disse que pediu dinheiro para comprar a passagem, já que o namorado só permitia que ela saísse de casa para ir à igreja. Passei dias horríveis buscando uma explicação para o que tinha acontecido. Hoje, graças a Deus, estou com a minha filha outra vez dentro de casa”, disse o pai.
Cadê você? Ana Maria de Faria, 47 anos, psicóloga, também invoca Deus ao lembrar do filho Ewerton Marcos Olympio, 27 anos, desaparecido desde 22 de abril de 2010. As orações pedindo proteção ao jovem são diárias, seja na companhia do marido, sozinha, ou em um grupo de oração da Capela Santa Edwiges, no Jardim Uirá, zona leste de São José. A última imagem que carrega dele é durante o almoço daquela quinta-feira, quando Ewerton se sentou à mesa sem camisa para fazer sua refeição na companhia dos pais –uma situação bem diferente da última notícia que recebeu sobre o paradeiro de seu filho. “Falaram que ele estava vivendo como mendigo em um viaduto próximo ao bairro Jardim Paulista. Na mesma hora tentamos encontrá-lo, mas sem sucesso. Ninguém viu uma pessoa com as características dele por lá”, disse em tom de lamentação a mãe, que luta para descobrir o paradeiro de Ewerton e entender o que aconteceu depois que saiu para trabalhar e não viu mais o filho. “Não sei dizer o que houve com ele, não sei mesmo. Deve estar bem, da forma dele, que ele acha que é o bem para ele. Todo mundo sente falta, saudade dele. Tanto a falta de notícias quanto a saudade doem muito. Acho que deveria ter consideração e ligar para tranquilizar a gente” afirmou. Passar dias longe de casa, segundo a mãe, tornou-se comum na vida de Ewerton. Dependente químico, já chegou a ficar três meses sem dar notícias à família. As tentativas de tratamento para abandonar o vício foram várias, mas todas fracassadas. “Ele nunca gostou de lutar, de batalhar, sempre gostou das coisas fáceis. Acho que os amigos podem ter influenciado muito em suas decisões”, contou a mãe. A preocupação de Ana Maria ficou ainda maior depois do dia 16 de outubro, data em que Ewerton completou 27 anos. O aniversário sempre foi comemorado, porém desta vez passou em branco já que o aniversariante não estava presente. “Pela primeira vez passamos o aniversário sem ele. Nunca deixamos de fazer uma festinha. Mesmo com toda a nossa simplicidade, procurávamos fazer uma comemoração. Comprar um bolinho e um presente para reunir a família. Sempre foi assim. Fiz muita oração neste dia, mas ele não veio para casa”, disse Ana Maria. Ewerton saiu de casa sem levar documentos, roupas ou qualquer outro objeto que possa ajudar na sua identificação. Como viu o filho pela última vez sem camisa, a mãe não consegue descrever como ele estaria vestido antes de desaparecer. A esperança de Ana Maria é que suas orações possam garantir proteção ao jovem, “onde quer que ele esteja”. “Não esqueço de pedir isso, todo momento ele está em minhas orações. Tenho certeza que uma hora vai dar tudo certo”.
Estatísticas Nos últimos cinco anos a Polícia Civil de São José recebeu 1.323 ocorrências de pessoas desaparecidas, a maioria em agosto e janeiro –23,1% e 22,8%, respectivamente. A média de casos solucionados é de 80%, no entanto, segundo a delegada Juliana Puccini, poderia ser maior, uma vez que informações desencontradas no Boletim de Ocorrência, como endereço e número de telefone, dificultam o trabalho dos investigadores. A delegada aponta ainda que um número expressivo de casos fica em aberto na delegacia mesmo após o aparecimento da pessoa. Isso porque a família esquece, ou mesmo não tem conhecimento, de que é preciso voltar ao Distrito Policial para registrar um novo boletim, constando o retorno do parente ou amigo. “Para chegar aos números detalhados de 2010, tivemos que pegar todas as ocorrências que ainda não tinham sido concluídas e tentar contato com a família. Vamos ter que fazer isso com os anos anteriores também, pois acreditamos que muitas pessoas já voltaram para casa. O problema é que alguns telefones e endereços estão errados ou não existem mais”, explicou a delegada. A revista valeparaibano acompanhou por alguns minutos o trabalho de um dos agentes. O investigador buscou 19 boletins aleatoriamente para tentar contato com a família do desaparecido. Desses, três números de telefone não estavam cadastrados, cinco estavam com a linha desligada, três não atenderam ao chamado, quatro tinham transferido a linha para outra pessoa e outros quatros informaram que o ente havia sido encontrado. Essas ocorrências foram registradas em 2006, ano em que 289 casos foram computados. Até então, 27 boletins de reencontro tinham sido lavrados. “É um trabalho demorado, que exige tempo e contingente de pessoas para conseguir resultado satisfatório. Desses casos que não conseguimos fazer contato mais com as famílias, queremos saber o que aconteceu”, disse Juliana Puccini. No Brasil, é estimado o desaparecimento de mais de 200 mil pessoas por ano, o que equivale a 548 desaparecidos por dia. São mais de 160 mil adultos e 40 mil menores de idade. Os lugares onde desaparecem as crianças são os mais comuns: saída da escola, voltando da padaria ou brincando na rua da própria casa. No ranking estadual de desaparecimentos de pessoas, São Paulo lidera, com 18 mil casos –junto com Rio de Janeiro e Minas Gerais, respondem por 40% dos casos no país.
Avaliação Para Eliana Levy, psicóloga especializada em psicologia infantil familiar, voluntária na ONG ABCD (Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas), mais conhecida como Mães da Sé, o fato de não se ter uma dimensão exata do problema do desaparecimento de pessoas dificulta o apontamento de soluções e alimenta o desinteresse da sociedade e do próprio Estado pelo drama das famílias de desaparecidos. “É um absurdo uma cidade tão bem estruturada economicamente como São José dos Campos ter uma média tão alta de desaparecidos. Acredito que isso seja reflexo da falta de investimentos em projetos sociais em todas as esferas governamentais. Este é um assunto delicado, que mexe com o sentimento das pessoas, para falarmos de uma maneira quantitativa. Temos que criar meios de valorizar o afeto familiar de estruturar famílias, seja ela de alta ou baixa renda”, disse a psicóloga. No Brasil, não existe um serviço exclusivo no campo da assistência social ou psicológica voltado às famílias de pessoas desaparecidas. Quem busca algum tipo de auxílio nessas áreas acaba recorrendo aos conselhos tutelares, postos de saúde e ONGs que tratam do assunto. O primeiro pode ser útil ainda na solução de desaparecimento com características de fuga, motivados ou não por algum tipo de violência doméstica. “O poder público terceiriza suas obrigações em alguns casos de maneira totalmente errada. O auxilio social no Brasil é uma péssima prestação de serviços que precisa ser revista”, afirmou Eliana. A maioria das crianças e adolescentes desaparece em locais conhecidos: voltando da escola, andando de bicicleta na rua de casa, indo à padaria. De acordo com Ivanise Espiridião da Silva, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas, no período de férias, o número de crianças desaparecidas aumenta significativamente. Por isso, é preciso prestar mais atenção às companhias e locais que elas frequentam nesta época. “Nas férias as crianças estão mais soltas, com maior liberdade na hora de sair sozinha. Quando desaparecem, geralmente estão desacompanhadas, sem o cuidado dos pais e amigos. Uma criança não se perde, são os adultos que perdem ela. Em casos assim orientações básicas podem evitar que isso aconteça, como não aceitar carona de estranho, não deixar o filho sair sozinho, ficar atento a aglomerações e conhecer todos seus amigos”, disse Ivanise, que procura a filha há 15 anos. Entre os jovens, ela alerta sobre a importância de estar sempre presente na vida e, principalmente, nas descobertas dos filhos. “É difícil entender os motivos. Apesar de ser mais orientado, o jovem está na fase de descobertas e de rebeldia, acha que sabe de tudo. Você tem que mostrar que antes de ser pai e mãe é amigo do seu filho. Que ele pode confiar em você sempre, em momentos de agonia e de alegria”, explicou Ivanise. A ONG Mães da Sé nasceu há 14 anos. Atualmente, a organização conta com mais de 10 mil associados em todo o Brasil e já foi a responsável por localizar 2.100 pessoas.
Polícia Militar prende assaltante de motocicleta em Malhador
Polícia Militar prende assaltante de motocicleta em Malhador
Michael foi conduzido para a Delegacia de Malhador, onde foi autuado em flagrante pelo crime de roubo.
Policiais militares que trabalham na Delegacia de Malhador prenderam em flagrante delito na madrugada desta segunda-feira, 31, Michael Alexandre, instantes depois dele ter subtraído, mediante violência e grave ameaça uma motocicleta Honda. Segundo a vítima, Michael simulou um pedido de carona e, após sentar na garupa do veículo, aplicou uma gravata na vítima e, com um copo de vidro, ameaçou matá-lo caso não entregasse a motocicleta. De imediato, os policiais foram acionados e flagraram Michael evadindo-se do município de Malhador, ainda na posse do veículo. Segundo informações da polícia, Michael seguiu em direção ao município de Riachuelo e, como o veículo parou por falta de combustível ficou escondido no mato, mesmo local em que foi localizado pelos policiais. Ao chegar à delegacia foi constatado que Michael responde por diversos procedimentos investigatórios por furto praticados quando ainda era menor de idade. Michael foi conduzido para a Delegacia de Malhador, onde foi autuado em flagrante pelo crime de roubo. “Ele foi autuado em flagrante delito e, portanto, responderá o processo preso até segunda ordem do Poder Judiciário”, explicou a delegada Ana Paula Moreira.Confronto fere centenas e deixa um morto no Egito
Confronto fere centenas e deixa um morto no Egito
Aliados do regime entraram a camelo e a cavalo atacando manifestantes em praça do Cairo
A batalha entre aliados do presidente Hosni Mubarak, que nesta quarta-feira (2) entraram pela primeira vez em confronto com os manifestantes contrários ao regime deixou centenas de feridos no centro do Cairo e, segundo o governo, uma pessoa morreu. Montados em cavalos e camelos, os aliados do governo entraram na praça Tahrir chicoteando a oposição A agência France Presse informou que seus correspondentes contaram centenas de feridos no centro da capital egípcia, sem especificar qualquer número. Já o Ministério da Saúde do Egito informou que 403 pessoas ficaram feridas no confronto e que uma morreu, segundo o jornal britânico The Guardian, que considerou a cifra "conservadora".Segundo os jornalistas, partidários de Mubarak atiravam blocos de pedra sobre os manifestantes da oposição, do telhado de prédios que dão para a praça, que se tornou um campo de batalha entre os dois lados.
A rede de TV Al Jazeera estimou que cerca de cem pessoas foram vistas sendo carregadas com ferimentos para fora da praça. E, enquanto os confrontos acontecem, o Exército procura não interferir, segundo o Guardian.
Em entrevista à Record News, o embaixador do Brasil no Cairo, Cesário Melantonio Neto, disse que os militares vinham controlando a entrada de armas e pessoas na praça até esta quarta-feira, o que vinha evitando conflitos.
- Hoje essa situação mudou. Eu não sei se essas pessoas conseguiram entrar ou se deixaram entrar. No futuro vamos conseguir saber.
O líder da oposição, o Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, disse à rede britânica BBC que os confrontos na praça Tahrir são "um ato criminoso de um regime criminoso", segundo o jornal britânico The Guardian. Ele pediu que Mubarak saia imediatamente do poder.
ElBaradei disse ainda esperar que o presidente deixe o cargo até sexta-feira, para quando os opositores marcaram uma manifestação já batizada de "sexta-feira da partida" (de Mubarak do poder).
Ex-governadores de Sergipe ganham R$ 24 mil por mês
As benesses concedidas a um governador de Estado não se encerram ao final do seu mandato. Além do prestígio do cargo, muitos ex-governadores passam a receber uma gorda pensão assim que encerram o mandato. Em Sergipe, seis ex-governadores recebem mensalmente R$ 24 mil. Mas estes benefícios entraram numa rota de discussão nacional e pode estar com os dias contados. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - deu entrada na semana passada em uma ação direta de inconstitucionalidade para suspender essas pensões. A questão será analisada pelo Supremo Tribunal Federal - STF. Anualmente, o Estado de Sergipe gasta R$ 1,8 milhão por ano com o pagamento de pensões aos ex-governadores João Alves Filho, DEM, Antônio Carlos Valadares, PSB, Albano Franco, PSDB, João Seixas Dória, Lourival Baptista e Paulo Barreto. No entanto, desde a promulgação da constituição de 1988 que esses benefícios já deveriam ter sido suspensos. Ainda assim, ao menos dez Estados ignoram a lei e continuam pagando as pensões. Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Sergipe e Santa Catarina formam a lista de Estados que pagam salários a ex-governadores. Em outros oito, apesar de a aposentadoria ter sido extinta, quem obteve o benefício anteriormente segue recebendo. Ao todo, o pagamento beneficia 127 pessoas, entre ex-mandatários e viúvas. Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, esses Estados gastam R$ 30,5 milhões ao ano, valor que daria para construir 800 casas populares. A concessão dessas aposentadorias vitalícias a ex-governadores já foi alvo de cinco ações de inconstitucionalidade no STF. A corte só extinguiu a pensão do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, em 2007. AÇÕES DA OAB Na quinta-feira da semana passada o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, ajuizou a ação direta de inconstitucionalidade no STF contra o artigo 263 da Constituição Estadual de Sergipe que permite o pagamento de pensão vitalícia aos ex-governadores que tenham exercido o cargo por, no mínimo, seis meses. A OAB sustenta que é inadmissível a criação de requisitos ou critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria a ex-governadores de Estado. Em outubro do ano passado, o presidente da OAB de Sergipe, Carlos Augusto Nascimento, já havia enviado ofício ao Conselho Federal da OAB solicitando providências para ajuizamento de ação visando à extinção destes benefícios. "Esta norma viola a um só tempo o princípio republicano de igualdade de todos perante a lei e a regra de garantia de benefício de aposentadoria ou pensão condicionada a contribuições ao longo da vida funcional", afirma Carlos Augusto. Para o presidente da OAB/SE, o Estado deveria ter tomado a iniciativa e ter ingressado com ação judicial semelhante a que a Ordem fez. As ações da OAB se somam a um processo da Procuradoria-Geral da República que questiona a aposentadoria de ex-governadores do Maranhão e a extensão do benefício para viúvas dos ocupantes do cargo.
Dilma virá a Sergipe para fórum de governadores
Sergipe será o primeiro Estado do Nordeste a receber a presidente Dilma Rousseff, PT, após a sua posse. Dilma estará no Estado no próximo dia 21 de fevereiro para participar do Fórum dos Governadores do Nordeste. Além dos representantes dos nove Estados da região, também será convidado a participar do encontro o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, PSDB. O tema principal do fórum é a política do Governo Dilma para o Nordeste. A expectativa dos governadores é de que a presidenta mantenha os projetos do Governo Lula para a região e amplie programas sociais e ações de infraestrutura. "Nós queremos ouvir da presidenta Dilma os compromissos prioritários para a região e como ficam os investimentos já iniciados", disse Déda, que na quarta-feira passada esteve com a presidente e a convidou para o Fórum. "Estamos convencidos que o Nordeste não é um problema, é uma parcela da solução dos problemas brasileiros. Para isto, precisa continuar produzindo investimentos públicos que nos ajudem a superar a diferença entre o Nordeste e as demais regiões, além de viabilizar as vocações econômicas dos Estados", ressaltou o governador. Turismo, energia e agricultura irrigada são áreas que estarão na pauta das discussões de prioridades. O Fórum dos Governadores do Nordeste será realizado durante todo o dia 21 no Hotel Dioro (antigo Starfish), na Barra dos Coqueiros. A presidente deverá chegar ainda pela manhã para participar da reunião com os governadores. Reunindo aliados e opositores, o encontro tem o objetivo de superar as divergências de ordem partidária e definir as prioridades distintas em investimentos públicos dos mandatários regionais. "Será, tenho certeza, uma relação de qualidade, uma relação de cooperação intensa, com o apoio permanente do Governo Federal ao desenvolvimento do Nordeste", afirmou Déda.