Avião militar é abatido em Benghazi após confrontos com rebeldes
Diversas explosões foram ouvidas na cidade reduto dos rebeldes líbios.
Governo nega que esteja realizando operação militar na região.
Após bombardeios, avião é abatido em Benghazi, reduto dos rebeldes líbios. (Foto: Anja Niedringhaus / AP)Um avião de combate das Forças Armadas do governo da Líbia foi abatido neste sábado (19) pelos rebeldes líbios sobre a cidade de Benghazi, segundo informações das agências de notícias internacionais. Diversas explosões e trocas de tiros foram ouvidas durante este sábado na região.
Forças leais ao ditador líbio Muammar Kadhafi bombardearam intensamente diversas regiões de Benghazi, o principal reduto oposicionista, de acordo com a TV AL Jazeera. Segundo um porta-voz do governo, as forças militares da Líbia não estão envolvidas em nenhuma ação militar no local.
Enorme bola de fogo e fumaça surge após queda do avião em Benghazi. (Foto: Anja Niedringhaus / AP)Cessar-fogo
O governo da Líbia decidiu suspender todas as operações militares no país, um dia depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado a criação de uma zona de exclusão aérea no país.
O anúncio foi feito pelo ministro de Relações Exteriores, Mussa Kussa. Segundo ele, o objetivo é proteger civis.
"Decidimos por um cessar-fogo imediato e pela paralisação imediata de todas as operações militares", disse.
Cessar-fogo foi desobedecido, diz ONU
A enviada dos EUA à ONU, Susan Rice, disse nesta sexta-feira (18) que o governo da Líbia está violando o cessar-fogo imposto pelas Nações Unidas ao país na véspera.
Em entrevista à CNN, s diplomata afirmou que o ditador Muammar Kadhafi, que enfrenta há mais de um mês uma forte rebelião contra seu governo, vai encarar consequências, inclusive ações militares, se ignorar o apelo internacional pelo cessar-fogo.
Pouco antes, o vice-chanceler líbio, Khaled Kaim, disse que a presença de forças leais a Kadhafi próximo a Benghazi não viola a trégua.
Ele negou relatos de que os bombardeios a posições rebeldes teriam continuado apesar da trégua e afirmou que o governo não tem planos de atacar a fortaleza dos rebeldes, no leste do país.
"Consideramos a presença do Exército importante para a segurança dos cidadãos", disse. "Isso não viola o cessar-fogo. As forças armadas estão fora de Benghazi e não têm intenção de entrar na cidade."
A TV Al Jazeera relatou à noite que tropas leais ao ditador estavam avançando rapidamente rumo a Benghazi, combatendo rebeldes a cerca de 50 km da cidade. A France Presse relatou que já há disparos na cidade.
Ultimato ao ditador
França, Reino Unido, EUA e os países árabes deram nesta sexta um ultimato a Kadhafi, um dia após a ONU ter dado sinal verde a uma ação militar contra o país do norte da África.
saiba mais
Leia mais notícias sobre a Revolta ÁrabeEm documento, os países pediram que Kadhafi paralise imediatamente sua campanha militar em Benghazi. Caso contrário, os países iriam intervir.
Eles também pediram que o governo líbio retire suas tropas de três cidades: Misrata, Zawiyah e Ajdabiya.
O documento, divulgado pela Presidência da França, também pede que as autoridades líbias religuem os serviços de fornecimento de gás, eletricidade e água nas cidades onde eles foram cortados.
Rebelde líbio faz sinal de vitória ao chegar à fronteira de Benghazi (Foto: AP)De acordo com o documento, nenhuma dessas condições é negociável.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que Kadhafi foi amplamente avisado das consequências de seus atos antes que as potências optassem pela ação militar.
O Pentágono também informou que vai posicionar mais navios no Mar Mediterrâneo, próximo à costa da Líbia, para apoiar eventuais ações militares.
Rebelde tenta avistar aviões próximo à cidade líbia de Benghazi nesta sexta-feira (18) (Foto: AP)Uma coalizão de nações ocidentais e o Qatar preparavam-se nesta sexta para começar a atacar por ar as forças leais a Kadhafi.
O chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, afirmou que "tudo está pronto" para uma ação militar na Líbia, apesar de uma cúpula entre União Europeia, União Africana e Liga Árabe, prevista para este sábado em Paris, que permitirá analisar o cessar-fogo recém-anunciado por Trípoli.
"Estamos prontos, mas a reunião de amanhã, da qual participarão muitos países europeus, os americanos, os países árabes e os africanos, será a ocasião de analisar as declarações que acabam de ser feitas pelo regime de Kadhafi sobre o cessar-fogo, e tirar conclusões", explicou Juppé.
Franceses, britânicos e americanos, apoiados por Qatar, seriam os protagonistas destas primeiras ações aéreas.
A base italiana de Sigonella, na Sicília (sul), poderá ser utilizada por Londres e Washington, enquanto a França dispõe de sua própria base em Solenzara, Córsega.
Outros países membros da Otan - Canadá, Noruega, Dinamarca, Bélgica -, anunciaram sua intenção de se unir à coalizão, aportando aviões de transporte, caça-bombardeiros F-16 e F-18, entre outros meios, para participar dos ataques ou apoiar uma operação humanitária.
Seis aviões CF-18 canadenses previam dirigir-se nesta sexta à região para contribuir para implementar uma zona de exclusão aérea no espaço líbio, que tem por objetivo impedir a aviação de Kadhafi de voar e bombardear os rebeldes.
Outros países, como Dinamarca e Noruega, devem ainda obter o aval de seus respectivos parlamentos ou formalizar sua decisão para se somar à coalizão.
Apesar de todas essas nações pertencerem à Otan, a Aliança, dividida há semanas sobre a conveniência de lançar uma intervenção militar na Líbia, limitou-se na sexta-feira a "acelerar os planos" para uma eventual participação, segundo um responsável da organização atlântica.
A Alemanha, que rejeita apoiar qualquer operação militar na Líbia, absteve-se na quinta-feira no voto sobre a resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitiu o recurso à força contra Kadhafi e foi apresentada por Paris e Londres.
A chanceler Angela Merkel disse que buscava uma forma de não bloquear uma participação da Aliança, sem que seu país tivesse de intervir, estudando retirar em especial o pessoal alemão no comando dos aviões-radares Awacs da Otan mobilizados no Mediterrâneo.
Mas apesar de Berlim ter aberto o caminho, ainda restará Turquia, membro da Otan hostil com população majoritariamente muçulmana, que é hostil a uma intervenção militar no sul do Mediterrâneo.
Quanto à França, pouco favorável a uma ampliação da zona de intervenção da organização militar na África do Norte, privilegia uma coalizão de países voluntários da qual participem nações árabes, como Qatar, que confirmou sua participação, ou os Emirados Árabes Unidos.
Uma vez descartado que a Aliança assumirá "a direção" das operações na Líbia, as opções sobre a mesa são uma participação na zona de exclusão aérea, na vigilância sobre o embargo de armas imposto pela ONU ao regime de Kadhafi ou uma missão de caráter humanitário, segundo fontes diplomáticas
BBC News, Brasil - Início
Top story - Brasil

Pessoas sem sintomas podem transmitir coronavírus — entenda a confusão envolvendo fala da OMS
Muitas das pessoas sem sintomas podem desenvolvê-los no futuro, e não há como diferenciar esses casos das pessoas verdadeiramente assintomáticas, que nunca terão sinais da doença.
Julgamento contra Bolsonaro e Mourão no TSE é adiado; entenda ações que pedem cassação da chapa
Dois processos contra a chapa presidencial começaram a ser julgados no tribunal, mas não são os casos que mais ameaçam a dupla eleita em 2018.
Coronavírus: Brasil registra 1,2 mil novas mortes e total passa de 38 mil
Confira os números do mais recente boletim sobre a covid-19 do Ministério da Saúde.
Motoristas de aplicativo trocam passageiros por pets, entregas de mercados e refeições na pandemia
A BBC News Brasil conversou com diversos motoristas de aplicativos que trabalham na Grande São Paulo e Rio de Janeiro para saber o que eles fizeram para continuar levando dinheiro para casa.
'Perdia o controle': o que se sabe sobre Derek Chauvin, policial acusado de matar George Floyd
Chauvin é o policial que por quase nove minutos manteve o joelho no pescoço de Floyd, mantendo-o preso no chão enquanto ele suplicava: 'não consigo respirar'.
O que defendem ativistas que pedem menos verbas para a polícia após morte de George Floyd
Atendendo pedido de manifestantes, prefeitos de cidades como Los Angeles e Nova York anunciaram que vão desviar verbas da polícia para projetos sociais; proposta não faria sentido no Brasil, diz especialista
O extraordinário motivo que acelerou a invenção dos telefones celulares
A primeira chamada foi feita em 1973 em Nova York pelo engenheiro Martin Cooper, conhecido como o pai do telefone celular.
Bolsonaro é pessoalmente responsável pela atenção negativa que Brasil recebe, diz presidente de consultoria internacional
Ian Bremmer, fundador da Eurasia Group, diz que país não se tornou pária internacional mas diz que presidente brasileiro é o pior do mundo a lidar com a crise do coronavírus.
Quem é o procurador pró-agronegócio escolhido para chefiar Câmara de Meio Ambiente por Aras
Juliano Baiocchi defendeu projeto de regularização de terras condenado por procuradores da área de meio ambiente; escolhido por Aras também se apresenta no Facebook como produtor rural.
Apenas Sertanejo
Somente Web - Brasil

Carregando player...
sábado, 19 de março de 2011
Revolta Árabe
Avião militar é abatido em Benghazi após confrontos com rebeldes
Diversas explosões foram ouvidas na cidade reduto dos rebeldes líbios.
Governo nega que esteja realizando operação militar na região.
Após bombardeios, avião é abatido em Benghazi, reduto dos rebeldes líbios. (Foto: Anja Niedringhaus / AP)Um avião de combate das Forças Armadas do governo da Líbia foi abatido neste sábado (19) pelos rebeldes líbios sobre a cidade de Benghazi, segundo informações das agências de notícias internacionais. Diversas explosões e trocas de tiros foram ouvidas durante este sábado na região.
Forças leais ao ditador líbio Muammar Kadhafi bombardearam intensamente diversas regiões de Benghazi, o principal reduto oposicionista, de acordo com a TV AL Jazeera. Segundo um porta-voz do governo, as forças militares da Líbia não estão envolvidas em nenhuma ação militar no local.
Enorme bola de fogo e fumaça surge após queda do avião em Benghazi. (Foto: Anja Niedringhaus / AP)Cessar-fogo
O governo da Líbia decidiu suspender todas as operações militares no país, um dia depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado a criação de uma zona de exclusão aérea no país.
O anúncio foi feito pelo ministro de Relações Exteriores, Mussa Kussa. Segundo ele, o objetivo é proteger civis.
"Decidimos por um cessar-fogo imediato e pela paralisação imediata de todas as operações militares", disse.
Cessar-fogo foi desobedecido, diz ONU
A enviada dos EUA à ONU, Susan Rice, disse nesta sexta-feira (18) que o governo da Líbia está violando o cessar-fogo imposto pelas Nações Unidas ao país na véspera.
Em entrevista à CNN, s diplomata afirmou que o ditador Muammar Kadhafi, que enfrenta há mais de um mês uma forte rebelião contra seu governo, vai encarar consequências, inclusive ações militares, se ignorar o apelo internacional pelo cessar-fogo.
Pouco antes, o vice-chanceler líbio, Khaled Kaim, disse que a presença de forças leais a Kadhafi próximo a Benghazi não viola a trégua.
Ele negou relatos de que os bombardeios a posições rebeldes teriam continuado apesar da trégua e afirmou que o governo não tem planos de atacar a fortaleza dos rebeldes, no leste do país.
"Consideramos a presença do Exército importante para a segurança dos cidadãos", disse. "Isso não viola o cessar-fogo. As forças armadas estão fora de Benghazi e não têm intenção de entrar na cidade."
A TV Al Jazeera relatou à noite que tropas leais ao ditador estavam avançando rapidamente rumo a Benghazi, combatendo rebeldes a cerca de 50 km da cidade. A France Presse relatou que já há disparos na cidade.
Ultimato ao ditador
França, Reino Unido, EUA e os países árabes deram nesta sexta um ultimato a Kadhafi, um dia após a ONU ter dado sinal verde a uma ação militar contra o país do norte da África.
saiba mais
Leia mais notícias sobre a Revolta ÁrabeEm documento, os países pediram que Kadhafi paralise imediatamente sua campanha militar em Benghazi. Caso contrário, os países iriam intervir.
Eles também pediram que o governo líbio retire suas tropas de três cidades: Misrata, Zawiyah e Ajdabiya.
O documento, divulgado pela Presidência da França, também pede que as autoridades líbias religuem os serviços de fornecimento de gás, eletricidade e água nas cidades onde eles foram cortados.
Rebelde líbio faz sinal de vitória ao chegar à fronteira de Benghazi (Foto: AP)De acordo com o documento, nenhuma dessas condições é negociável.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que Kadhafi foi amplamente avisado das consequências de seus atos antes que as potências optassem pela ação militar.
O Pentágono também informou que vai posicionar mais navios no Mar Mediterrâneo, próximo à costa da Líbia, para apoiar eventuais ações militares.
Rebelde tenta avistar aviões próximo à cidade líbia de Benghazi nesta sexta-feira (18) (Foto: AP)Uma coalizão de nações ocidentais e o Qatar preparavam-se nesta sexta para começar a atacar por ar as forças leais a Kadhafi.
O chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, afirmou que "tudo está pronto" para uma ação militar na Líbia, apesar de uma cúpula entre União Europeia, União Africana e Liga Árabe, prevista para este sábado em Paris, que permitirá analisar o cessar-fogo recém-anunciado por Trípoli.
"Estamos prontos, mas a reunião de amanhã, da qual participarão muitos países europeus, os americanos, os países árabes e os africanos, será a ocasião de analisar as declarações que acabam de ser feitas pelo regime de Kadhafi sobre o cessar-fogo, e tirar conclusões", explicou Juppé.
Franceses, britânicos e americanos, apoiados por Qatar, seriam os protagonistas destas primeiras ações aéreas.
A base italiana de Sigonella, na Sicília (sul), poderá ser utilizada por Londres e Washington, enquanto a França dispõe de sua própria base em Solenzara, Córsega.
Outros países membros da Otan - Canadá, Noruega, Dinamarca, Bélgica -, anunciaram sua intenção de se unir à coalizão, aportando aviões de transporte, caça-bombardeiros F-16 e F-18, entre outros meios, para participar dos ataques ou apoiar uma operação humanitária.
Seis aviões CF-18 canadenses previam dirigir-se nesta sexta à região para contribuir para implementar uma zona de exclusão aérea no espaço líbio, que tem por objetivo impedir a aviação de Kadhafi de voar e bombardear os rebeldes.
Outros países, como Dinamarca e Noruega, devem ainda obter o aval de seus respectivos parlamentos ou formalizar sua decisão para se somar à coalizão.
Apesar de todas essas nações pertencerem à Otan, a Aliança, dividida há semanas sobre a conveniência de lançar uma intervenção militar na Líbia, limitou-se na sexta-feira a "acelerar os planos" para uma eventual participação, segundo um responsável da organização atlântica.
A Alemanha, que rejeita apoiar qualquer operação militar na Líbia, absteve-se na quinta-feira no voto sobre a resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitiu o recurso à força contra Kadhafi e foi apresentada por Paris e Londres.
A chanceler Angela Merkel disse que buscava uma forma de não bloquear uma participação da Aliança, sem que seu país tivesse de intervir, estudando retirar em especial o pessoal alemão no comando dos aviões-radares Awacs da Otan mobilizados no Mediterrâneo.
Mas apesar de Berlim ter aberto o caminho, ainda restará Turquia, membro da Otan hostil com população majoritariamente muçulmana, que é hostil a uma intervenção militar no sul do Mediterrâneo.
Quanto à França, pouco favorável a uma ampliação da zona de intervenção da organização militar na África do Norte, privilegia uma coalizão de países voluntários da qual participem nações árabes, como Qatar, que confirmou sua participação, ou os Emirados Árabes Unidos.
Uma vez descartado que a Aliança assumirá "a direção" das operações na Líbia, as opções sobre a mesa são uma participação na zona de exclusão aérea, na vigilância sobre o embargo de armas imposto pela ONU ao regime de Kadhafi ou uma missão de caráter humanitário, segundo fontes diplomáticas


Nenhum comentário:
Postar um comentário