O relatório apresenta algumas mudanças de metodologia, portanto não é possível comparar diretamente o valor atual com o de anos anteriores. Nas variáveis saúde, educação e renda, que compõem o índice, houve mudanças drásticas nas últimas duas. O que o Pnud fez, então, foi ajustar os IDHs anteriores e o classificou de “novo IDH”.
Para chegar a esse resultado, o Brasil mostrou melhorias em índices importantes analisados pelo Pnud. Segundo o estudo, o resultado da evolução geral do IDH brasileiro é inequívoco, mostrando uma tendência de crescimento sustentado ao longo dos anos. Esse crescimento tem sido mais influenciado pela educação, seguida da expectativa de vida, que teve um leve crescimento, de 72,2 anos, em 2009, para 72,9 anos no relatório de 2010.
Na educação, o relatório mostra que 90% dos adultos brasileiros são alfabetizados. E aí entra uma mudança feita pelo Pnud no cálculo desta variável. No antigo IDH eram utilizadas as variáveis alfabetização e matrícula combinada, isto é, matrículas no primário, no ensino médio e superior, dada como percentual.
O problema é que, com a melhoria global da população, esses valores passaram a ficar muito parecidos entre os países. Como o próprio estudo afirma, “nenhum país assistiu a declínios na alfabetização ou anos de escolaridade desde 1970: desde 1960, a proporção de pessoas que frequentou a escola subiu de 57% para 85%”. Com isso, a alfabetização deu lugar aos anos médios de estudo e a matrícula combinada foi substituída pelos anos esperados de estudo.
No primeiro item, o Brasil apresentou um número médio de 7,2 anos de educação recebidos pelas pessoas que têm 25 anos ou mais. Já na segunda avaliação, o país apresenta um número de 13,8 anos de escolaridade que uma criança na idade de entrar na escola pode esperar receber.
Apesar dos números serem positivos, ainda não são suficientes para dizer que o Brasil é um país de desenvolvimento muito elevado nessas áreas. Segundo o levantamento, no período compreendido entre 2000 e 2007, apenas 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) foram investidos em educação. A Dinamarca, mais bem colocada nesse ranking, investe 7,9% do PIB.
Na mesma linha, o Brasil investiu somente 3,5% do PIB em saúde. A França, líder em investimentos no setor, aportou 8,7% de seu PIB no cuidado à população.
Com essa alteração, o Brasil viu um crescimento acelerado no poder de compra da população desde 2000, quando o RNB per capita era de pouco mais de R$ 14 mil (US$ 8.337). Em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu primeiro mandato, o valor subiu para quase R$ 14,3 mil (US$ 8.419). Em 2010, quando findam os oito anos do governo mais popular da história recente brasileira, o RNB bateu em R$ 18 mil (US$ 10.607).
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